VOLTANDO A VISTA PARA FORA, ENCONTROU UMA NAMORADA

O primeiro contato que tive com esse jovem, foi através de uma assistência religiosa que a Sede central pediu para uma missionária que viera de Campo Grande (MS). Ela estava internada, gravemente enferma, num hospital próximo à Igreja Santana. Fui ministrar-lhe johrei, mas ela veio a falecer. Esse jovem era filho dessa senhora.

Alguns anos após esse fato, esse rapaz apareceu na Igreja Santana. Viera de Campo Grande fazer faculdade em São Paulo e começou a frequentar a Igreja. Quando me viu, disse que me reconheceu de imediato. Vendo o movimento de jovens na difusão, começou a entrosar-se, a assistir aos aprimoramentos e recebeu Ohikari.

Ele era bastante problemático, tinha conflitos com o pai e a madrasta, desacertos profissionais e universitário. Era uma pessoa “sem vida”, sem espírito de busca. Tornando-se membro e aprimorando com os jovens da Igreja, começou a mudar aos poucos e, um dia, veio muito ansioso conversar comigo. Nem foi trabalhar naquele dia para conseguir falar comigo. Nem foi trabalhar naquele dia para conseguir falar o que estava em se coração. “Ministro”, começou, “já tenho quase trinta anos e não consigo atrair ninguém. Já faz um ano que não nomoro e isso está me preocupando bastante. O que há de errado comigo?”

Senti que toda aquela ansiedade para falar comigo já era obra do Mundo Espirutual pois, um tempo atrás, uma jovem veio falar-me do seu interesse por esse rapaz e eu a orientei para que não tomasse atitude nenhuma. Ele, como homem, é que deveria tomar a iniciativa. Olhei bem para o rapaz e disse: “Você é muito egoísta, só olha para dentro de si mesmo, não vê nada nos outros e não se preocupa com ninguém ao seu redor. Como quer arranjar namorada assim? Mesmo que alguma moça olhe para você , como você não olha para fora, não consegue perceber. Quantas oportunidades, no trabalho, na escola, em tudo, você está perdendo?” E lancei um desafio: “Há uma moça nesta Igreja muito interessada em você. Eu lhe dou até a noite para descobrir quem é.”

Ele ficou preocupado e curioso, e começou a procurar, criando mais percepção em relação às pessoas que o cercavam. À noite, na sala de aula com os jovens, perguntei a ele se tinha descoberto quem era a moça. “Não”, respondeu embaraçado diante das demais pessoas. “Então, eu lhe dou mais quarenta e oito horas para descobrir essa pessoa.”

Em quarenta e oito horas ele não descobriu, mas veio me dizer, depois de sessenta e seis horas, que percebera quem era; convidou-a para sair e começaram a namorar. No início do namoro, o sentimento, dele por ela não era muito forte mas, hoje, eles são companheiros, dedicam juntos e ele mesmo diz que achou um amor “calmo, bom, que o fez crescer e que o tornou muito feliz.”

Namoro ensina muitas coisas, pois “quebramos a cabeça” para agradar ao(à) companheiro(a). No começo, é atenção total para o outro. Mas esse espírito deve pendurar por toda vida. Esse rapaz descobriu um amor verdadeiro.

O verdadeiro amor compreende mais a realidade das coisas, começa pequeno e cresce. Vê que a outra pessoa tem pontos negativos, compreende e aceita. Já paixão é diferente: é apego, traz problemas, começa grande e vai diminuindo até desaparecer. Só vê o lado positivo, fica cega e não consegue ficar longe. Época de paixão não é época de dicidir nada. É melhor deixar passar e, com a convivência, decidir melhor. Esse rapaz construiu seu amor verdadeiro, alicerçado na fé.